Me encontre no espaço
daqui a alguns anos
longe da gravidade
e dos maiores enganos
roupas sem blindagem
rostos mais humanos
Sim, eu vou pra o espaço
num foguete econômico
com nenhum estardalhaço
nem salário astronômico
Vou procurar o meu futuro
orbitando a felicidade
respirando ar puro
num vácuo sem maldade
ou interesse obscuro
Já traçei minha rota
vi a previsão do tempo
soprei as nuvens que obstruíam
a janela de lançamento
Vou partir na lua cheia
nunca gostei de metades
quero levar a saudade alheia
vê-la crescer sem gravidade
Talvez eu venha no inverno
trazendo estrelas na bagagem
um sorriso mais terno
e fotos da paisagem
Mas vou voltar voando
numa supersônica despedida
pra não ouvir ninguém chorando
a hora da partida
Então eu vou pra o espaço
encontrar a minha vida
A quem fica,
um abraço
A quem me acompanha,
um universo.
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Bonança
O sol chegou cedo
já fazia tempo
andou luzindo em segredo
mas o amigo vento
levou o cinza embora
e o sol chegou na hora
me acordou a tempo
de ver a chuva ir sem medo
regar o mundo afora.
já fazia tempo
andou luzindo em segredo
mas o amigo vento
levou o cinza embora
e o sol chegou na hora
me acordou a tempo
de ver a chuva ir sem medo
regar o mundo afora.
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
A calma e a alma
É singela
a calma
a alma
que insiste
em não ser triste
De tão bela
acalma
a alma
os olhos
e o silêncio traz
quantos dias mais
virão
até que a alma
encontre a calma
que sucede a solidão
se sozinho
no ninho
a ferrugem
descobre o caminho
e descolore o sorriso
intocável é o paraíso
improvável é um mal destino
incansável feito menino
a alma anseia a calma
que provém da pureza
da beleza
e das mãos.
a calma
a alma
que insiste
em não ser triste
De tão bela
acalma
a alma
os olhos
e o silêncio traz
quantos dias mais
virão
até que a alma
encontre a calma
que sucede a solidão
se sozinho
no ninho
a ferrugem
descobre o caminho
e descolore o sorriso
intocável é o paraíso
improvável é um mal destino
incansável feito menino
a alma anseia a calma
que provém da pureza
da beleza
e das mãos.
terça-feira, 14 de agosto de 2007
Do lado de dentro
Eu posso ver lá fora
como buscam o vento
enfileiram-se os gêmeos finais
Eu vejo da janela
como correm loucos
pra alcançar o que não entendem
Eu assisto e tento
manter a distância
e eu gostaria de estar mais longe
Escravos dos seus impulsos
pulsa a veia do mundo
quem vai junto pisa fundo
quem fica quieto paz encontra
aqui dentro
Mas nem tudo é puro
silêncio abriga luta
a força é de poucos
a tendência é pro falso
passo em falso
segura a mão
levanta do chão
que a lágrima seca sozinha
E vem de novo
dia novo, vontade
Muda de assunto
põe rédias na mente
que a gente vive é de outra verdade
Quem aprende chega
quem chega ascende
a luz de outra paz
a que vale mais
Não existe fim
agora não é tudo
mundo muda uma vez
mudará
não existe talvez
Eu quero estar
e se eu ficar
um dia eu volto
Porque amanhã vai nascer
o mesmo sol
Eu quero ver
pra dizer
Venci
como buscam o vento
enfileiram-se os gêmeos finais
Eu vejo da janela
como correm loucos
pra alcançar o que não entendem
Eu assisto e tento
manter a distância
e eu gostaria de estar mais longe
Escravos dos seus impulsos
pulsa a veia do mundo
quem vai junto pisa fundo
quem fica quieto paz encontra
aqui dentro
Mas nem tudo é puro
silêncio abriga luta
a força é de poucos
a tendência é pro falso
passo em falso
segura a mão
levanta do chão
que a lágrima seca sozinha
E vem de novo
dia novo, vontade
Muda de assunto
põe rédias na mente
que a gente vive é de outra verdade
Quem aprende chega
quem chega ascende
a luz de outra paz
a que vale mais
Não existe fim
agora não é tudo
mundo muda uma vez
mudará
não existe talvez
Eu quero estar
e se eu ficar
um dia eu volto
Porque amanhã vai nascer
o mesmo sol
Eu quero ver
pra dizer
Venci
quarta-feira, 25 de julho de 2007
O homem da varanda.
E o céu muda de cor.
O pássaro pousa
a pluma pende
ele parte
ela se rende
o vento leva
e o homem
continua sentado.
E o céu muda de dor.
O pássaro triste
canta sem cor
se compadece
até parece
as asas lhe dispor.
Mas a tarde vem
e à tarde alguém
lhe faz um bem
por trazer
o que lhe sustém
e então se vai
pois a noite vem
fazer companhia
ao homem
que continua sentado.
Ele tem coração
e de mais só o vazio,
a solidão,
a visão do estio
da chuva, do calor
e do amigo frio
que lhe oferta sem pudor
um abraço ao relento.
E quando cessa o vento
resta o pedestre,
a rua,
o sol, a lua,
e o tempo
a correr
como as rodas lentas
da cadeira
que o espera morrer.
Mas hoje ainda há ar
a maltratar seus pulmões
só não há mais lugar
para aspirações
se o mais longe que irá
é mais perto dos portões
ver o pássaro voltar
já que o sol se cansou
e foi repousar.
Então a criança desce a rua
a menina vai à escola
o pai chega da luta
a mãe vai ao mercado
E o homem
contempla a vida,
calado,
cansado,
condenado
a continuar
sentado.
O pássaro pousa
a pluma pende
ele parte
ela se rende
o vento leva
e o homem
continua sentado.
E o céu muda de dor.
O pássaro triste
canta sem cor
se compadece
até parece
as asas lhe dispor.
Mas a tarde vem
e à tarde alguém
lhe faz um bem
por trazer
o que lhe sustém
e então se vai
pois a noite vem
fazer companhia
ao homem
que continua sentado.
Ele tem coração
e de mais só o vazio,
a solidão,
a visão do estio
da chuva, do calor
e do amigo frio
que lhe oferta sem pudor
um abraço ao relento.
E quando cessa o vento
resta o pedestre,
a rua,
o sol, a lua,
e o tempo
a correr
como as rodas lentas
da cadeira
que o espera morrer.
Mas hoje ainda há ar
a maltratar seus pulmões
só não há mais lugar
para aspirações
se o mais longe que irá
é mais perto dos portões
ver o pássaro voltar
já que o sol se cansou
e foi repousar.
Então a criança desce a rua
a menina vai à escola
o pai chega da luta
a mãe vai ao mercado
E o homem
contempla a vida,
calado,
cansado,
condenado
a continuar
sentado.
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